quinta-feira, 10 de maio de 2012

Saci (Coleção Lendas Brasileiras, Mauricio de Sousa)



Hoje vou falar um pouco de uma coleção interessante para desenvolver a temática de Lendas Brasileiras. O querido Mauricio de Sousa, há algum tempo, presenteou nossas crianças com uma coleção muito linda de  Lendas Brasileiras com a Turma da Mônica, da Editora Girassol. 

Há uma compilação, onde se reunem todos os livros em uma única edição e há também uma coleção de livros individuais, que agrada muito à meninada. Uma amiga de nossa família, a querida Delia Boninsegna, deu para minha filha e sobrinha alguns desses exemplares, que passeiam entre a casa da vovó, a nossa casa e a de minha irmã. 
Aqui em casa, o que faz bastante sucesso é o exemplar do Saci, mas a lenda do Uirapuru também tem torcida organizada, e sempre é escolhido para fazer parte da "contação de histórias".

Neste livrinho do Saci, o Chico Bento tenta capturar o Saci sapeca principalmente porque tem feito muita bagunça no sítio. A obra vai abordar as principais características do mito e divertir muito as crianças com um texto simples que aborda as principais característica do mito em questão, além do traçado bonito, colorido e inocente, típico da turminha da dentuça mais amada do Brasil.


Aqui em Casa

Sabrina sempre dá muita risada com as peraltices do Saci, e adora quando eu faço: menina, você hoje está virada no Saci, não é? Pronto, isso já  é motivo para muitas gargalhadas dela e consequentemente minhas também. Uma vez fui questionada, e de certa forma com razão, ao usar esse termo, porque o personagem é sempre lembrado como um moleque  "endiabrado", é também uma forma de sempre associar ao mito coisa ruim. Tento justificar a situação porque o associo não às malvadezas e sim às aprontações, coisas que a gente adorar ver na meninada. Já não é a primeira vez que assumo: adoro ver criança aprontando, claro que de forma lúdica, crescendo com as próprias experiências. Tenho que questionar quando minha filha e sobrinha aprontam, mas me divirto bastante com as justificativas que surgem e as alegorias que dão origem as meninices. 

Voltando aos debates sobre o texto, há vezes que conversamos sobre o livro, outras não. Não acredito que a função da literatura seja só a politicamente correta. Tem horas que é entretenimento e pronto! Gosto de trabalhar o questionamento, perguntando para ela se está certo o que ele fez, o que devemos fazer quando a gente tira algo do lugar, ou quando bagunçamos, mas tem vez que é só rir da folia mesmo. Sabrina se identifica bastante com o personagem, é uma criança muito teimosa, e mesmo com diálogo não é fácil convencê-la quando está errada. Arrumar a bagunça é sempre motivo de estresse. Falo que é normal a gente desorganizar as coisas, mas é preciso organizar depois. É nossa responsabilidade por as coisas em ordem quando tiramos do lugar e caso a gente quebre, é preciso consertar. Trabalhar essas questões com esse livrinho é um dos pontos altos. Como meus pais moram em sítio, esse ambiente rural faz com que ela mate um pouco a saudade dos avós também. Sei que ela está saudosa de vovô e vovó quando pede para ler este livro ou Reinações de Narizinho.

Outro tema que a gente trabalha aqui é o fato do Saci só ter uma perna, então dá pra conversar também sobre deficiência, seja por nascimento ou por acidente, e que muitas pessoas precisam de cuidados e equipamentos especiais para andar, sentar, comer, estudar, acho indispensável trazer essas conversas não apenas quando a criança já está grandinha, ou no ambiente escolar. É preciso abordar o tema também no núcleo familiar desde cedo. 

Disponibilizo aqui algumas das imagens reduzidas do livro compilado com a história do traquina, para que possam conferir uma parte do conteúdo da história.