domingo, 26 de agosto de 2012

Mamãe Zangada (Jutta Bauer)



Há livros infantis tão significativos que muitas vezes tocam tanto as crianças quanto os adultos, inclusive, em alguns momentos, me pergunto até se a obra não foi criada mais para as mães do que para seus filhos. Mamãe Zangada, da genial Jutta Bauer, é um livro que traz consigo muitas reflexões deste tipo. É um livro lindo, emocionante, que também funciona como um tremendo soco no estômago de mães que passam um pouco da cota no quesito bronca com seus filhotes.

Até eu tive medo ao ver essa imagem
É claro que todos nós, pais e mães, temos nossos momentos de stress, onde passamos um pouco, ou muito, do limite. Bauer, traz uma reflexão de como a falta de gentileza e trato deixa ferídas e, se tratando da relação entre mães e filhos, como sua consequência bilateral: ao ferir um, a dor se dá nos dois.

Nesse clima um tanto de tensão, mas com abordagem delicada e desprovida de julgamentos, linguagem e aquarelas muito lindas, a autora dá uma lição de civilidade, mostrando como o perdão e o amor são capazes de solucionar qualquer problema.  Ela demostra que, quando se trata das mães,  somos capazes de qualquer coisa para cuidar de nossos filho e, através da força que emana dos laços de afeto e do amor  é sempre possível reconstruir os laços e a nós mesmos, depois das crises.

Entre suas inúmeras interpretações, acredito que Mamãe Zangada, deixa uma mensagem de que as mães, mesmo sendo maravilhosas, poderosas, carinhosas e gentis, também têm o direito de se aborrecer quando as coisas saem do controle, uma vez que faz parte do exercício do amor a convivência,  e esta apresentará inúmeras vezes situações de conflito que precisam ser apaziguadas. Claro que existem muitas mães que exageram e vivem sempre aos berros com suas crias. Ao ler este livro podem se sentir muito desconfortáveis, ou talvez confortadas porque no final da obra tudo acaba bem. Mas, afinal, até onde é saudável esse tipo de reação para as crianças? Em minha opinião, é preciso ponderar e perder o eixo o mínimo possível. 



Uma vez ouvi uma frase que tento empregar toda vez que sinto que vou perder o controle: o grito existe quando nossas palavras perdem a força. Então, minha gente, vamos exercitar a dialética e o poder da  argumentação. Fora isso, nunca ouvi falar de instabilidade emocional seja saudável para ninguém. Como quase todo ser humano, temos nossos momentos menos fofos, mas é preciso refletir como tantas vezes machucam quem amamos e vice-versa, e como poderia ter sido bem menos desgastante se optássemos por uma alternativa menos agressiva.



Aqui em Casa

O resgate dos fragmentos do pinguinzinho
Hoje Sabrina gosta do livro, mas não muito. Só leio para ela  quando me mede para escolher um livro. Algumas vezes, quando o trago, ela reclama. Diz que fica triste com a história. E assim, infelizmente, apesar da beleza, qualidade editorial, inúmeras indicações e premiações que a obra recebeu, Bauer não seduziu minha filha. Quando o ganhou, no início do ano, simplesmente o detestava. Pode ser que seu pânico venha do fato de ver um pinguim desmantelado. 

Normalmente este é um dos livros que gosto de ler para ela dormir nos dias que está muito sapeca e que passou dos limites e minha tolerância está a ponto de acabar. Depois da leitura dessa história temos uns papos muito legais, ela me diz como se sente quando fica chatada e como acha que me sinto quando estou chateada, também converso sobre o que me deixa magoada e como me preocupo e precisamos cuidar uma da outra para sermos felizes. Às vezes não resolve (ela realmente é muito sapeca), mas quase sempre ficamos em uma situação de muita troca de carinho, beijos e abraços, até ela pegar no sono.


Minhas impressões


Jutta Bauer, com suas aquarelas mágicas, escrita simples, poética e cheia de poderes mágicos, nos dá uma lição de como solucionar qualquer problema entre pais e filhos: é preciso amor, limite, cuidado e humildade. Sim, é preciso que nós, pais e mães, respeitemos as crianças e peçamos desculpas quando exageramos.  Faz-se necessário principalmente deixar claro o que nos levou a tomarmos certas atitudes, fortalecendo o diálogo e a relação de confiança e carinho, para que esta nunca deixe de existir.

Também não posso deixar de ressaltar que é um livro que me ajudou bastante. Passei a refletir muito mais na forma como converso com ela quando estou chateada. Seria uma grande hipocrisia não falar que ao ler este livro, senti um nó no coração. Engoli seco e me senti péssima porque visualizei a fragmentação e a dor que causei em minha filha a cada vez que perdi o equilíbrio e dei uma "chamada" daquelas...  Quando li pela primeira vez com ela, ela chorou com pena do pinguim. Foi muito lindo. Por sorte ela não se projetou. Mas ao vê-la inconsolável, abracei e acabei chorando também, agradecendo por ela não me ver como aquela Mamãe Zangada, ufa!!!!

Tenho que admitir: demorei um pouco para ter coragem de escrever sobre este livro. Mas era preciso desabafar, ter coragem de admitir que de vez em quando erramos, mas estamos dispostos a evoluir. É incontestável não concluir, depois de lê-lo, que a mãe que souber trabalhar bem o diálogo ao invés do grito poupará muito seus filhos e a si mesma.














domingo, 3 de junho de 2012

Noite do sertão (Cynthia Cruttenden, 2009)




Tenho visto livros infantis bonitos, engraçados, curiosos, mas este posso dizer que é um livro que desperta a sensibilidade das crianças. É um livro artístico, feito com capricho e frases que despertam o encanto das crianças. Foi um livro que ajudou a minha filha a perder um pouco o medo do escuro e dos sons da natureza noturna.

Noite do Sertão consegue transformar imagens em poesia. É um livro que minha filha, com seus 4 anos decorou as frases e viaja apaixonadamente entre as figuras multicores. É um livro simples, começando pelo traçado, que brinca com a noite e com a liberdade do pensamento.

O Cavaleiro Andante
Minha filha, no dia que o recebeu, ganhou outros 2 livros, mas este foi o que causou maior impacto.  Foi o primeiro que pediu: mamãe, lê esse, por favor?! Ao terminar, ela pediu que repetisse. Disse eu: e os outros, filha? Gostei tanto desse Mami. Lê de novo?! De noite a gente lê o resto.

Quando o encomendei não conhecia o outro trabalho da autora, mas algo me dizia que era encantador. O título já tinha me seduzido e ao ver a capa pensei: vou arriscar! E deu certo. Não há adulto que não se maravilhe, ou criança que não se admire com as imagens que falam por si. O complemento fica por conta do texto muito bem escolhido para cada ilustração.



Aqui em Casa

Meus pais são ecologistas, moram em um sítio com um belo capoeirão, assim, nosso quintal é quase uma floresta, o que proporciona a minha filha e sobrinha uma relação muito especial e espontânea com o mundo verde. Percebo que quando lê esse livro, mata a saudade do lugar que tanto gosta, se tornou um instrumento que remete a casa do Vô Piol e da Vó Fátima (ou Fanfa, apelido que elas criaram pra minha mãe). Enfim, o contato visual com pássaros, saguis, cobras, borboletas, pequenos roedores, ouriços, besouros, abelhas, sapos, iguanas, coelhos selvagens, tatus, acontece com certa frequência e acabou sendo vinculado ao livro.  

O incrível pássaro sertanejo

Fora o texto, que Sabrina conhece tão bem, ela se diverte criando versões alternativas para a história. Os veados ela chama de "Bambis". A onça é "amiga onça". E quando vê a cobra, faz o barulho de uma cascavel e diz: "se eu te ver no sítio da minha vó , eu grito assim ó: Ahhhhhhhhhhhhhh! E saio correndo, porque você é perigosa. É eu sei que não é culpa sua... mas não quero papo com você! Tchau!". É muito lindo ver ela contando essas histórias pros bonecos, deitada de bruços, balançando as perninhas e falando cheia de propriedade: não precisa ter medo meus filhos, o sertão é dentro da gente! Ou inventando outra arte qualquer, típica da minha menina maluquinha. Eu não aguento essas criações mirabolantes dela, me acabo de rir.  Ela não tem idéia ainda do que realmente é sertão, mas fala de forma tão linda que não há como não se emocionar ou sorrir. 

A flor espetada
Considero este livro uma ótima aquisição, mas lembrando que é um livro diferente, que foge muito ao padrão que vemos de desenhos infantilizados e cheio de coisas fofinhas. É um livro visceral, cheio de referências enriquecedoras. Lindo tanto ao que diz respeito à ilustração, quanto ao conteúdo.

Abaixo um link onde a autora ensina passo-a-passo a fazer com as crianças esse tipo de desenho aplicando a técnica do giz de cera e nanquim:
Clique Aqui!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Saci (Coleção Lendas Brasileiras, Mauricio de Sousa)



Hoje vou falar um pouco de uma coleção interessante para desenvolver a temática de Lendas Brasileiras. O querido Mauricio de Sousa, há algum tempo, presenteou nossas crianças com uma coleção muito linda de  Lendas Brasileiras com a Turma da Mônica, da Editora Girassol. 

Há uma compilação, onde se reunem todos os livros em uma única edição e há também uma coleção de livros individuais, que agrada muito à meninada. Uma amiga de nossa família, a querida Delia Boninsegna, deu para minha filha e sobrinha alguns desses exemplares, que passeiam entre a casa da vovó, a nossa casa e a de minha irmã. 
Aqui em casa, o que faz bastante sucesso é o exemplar do Saci, mas a lenda do Uirapuru também tem torcida organizada, e sempre é escolhido para fazer parte da "contação de histórias".

Neste livrinho do Saci, o Chico Bento tenta capturar o Saci sapeca principalmente porque tem feito muita bagunça no sítio. A obra vai abordar as principais características do mito e divertir muito as crianças com um texto simples que aborda as principais característica do mito em questão, além do traçado bonito, colorido e inocente, típico da turminha da dentuça mais amada do Brasil.


Aqui em Casa

Sabrina sempre dá muita risada com as peraltices do Saci, e adora quando eu faço: menina, você hoje está virada no Saci, não é? Pronto, isso já  é motivo para muitas gargalhadas dela e consequentemente minhas também. Uma vez fui questionada, e de certa forma com razão, ao usar esse termo, porque o personagem é sempre lembrado como um moleque  "endiabrado", é também uma forma de sempre associar ao mito coisa ruim. Tento justificar a situação porque o associo não às malvadezas e sim às aprontações, coisas que a gente adorar ver na meninada. Já não é a primeira vez que assumo: adoro ver criança aprontando, claro que de forma lúdica, crescendo com as próprias experiências. Tenho que questionar quando minha filha e sobrinha aprontam, mas me divirto bastante com as justificativas que surgem e as alegorias que dão origem as meninices. 

Voltando aos debates sobre o texto, há vezes que conversamos sobre o livro, outras não. Não acredito que a função da literatura seja só a politicamente correta. Tem horas que é entretenimento e pronto! Gosto de trabalhar o questionamento, perguntando para ela se está certo o que ele fez, o que devemos fazer quando a gente tira algo do lugar, ou quando bagunçamos, mas tem vez que é só rir da folia mesmo. Sabrina se identifica bastante com o personagem, é uma criança muito teimosa, e mesmo com diálogo não é fácil convencê-la quando está errada. Arrumar a bagunça é sempre motivo de estresse. Falo que é normal a gente desorganizar as coisas, mas é preciso organizar depois. É nossa responsabilidade por as coisas em ordem quando tiramos do lugar e caso a gente quebre, é preciso consertar. Trabalhar essas questões com esse livrinho é um dos pontos altos. Como meus pais moram em sítio, esse ambiente rural faz com que ela mate um pouco a saudade dos avós também. Sei que ela está saudosa de vovô e vovó quando pede para ler este livro ou Reinações de Narizinho.

Outro tema que a gente trabalha aqui é o fato do Saci só ter uma perna, então dá pra conversar também sobre deficiência, seja por nascimento ou por acidente, e que muitas pessoas precisam de cuidados e equipamentos especiais para andar, sentar, comer, estudar, acho indispensável trazer essas conversas não apenas quando a criança já está grandinha, ou no ambiente escolar. É preciso abordar o tema também no núcleo familiar desde cedo. 

Disponibilizo aqui algumas das imagens reduzidas do livro compilado com a história do traquina, para que possam conferir uma parte do conteúdo da história.



























segunda-feira, 23 de abril de 2012

Gaspar em Veneza (Anne Gutman e Georg Hallensleben, 2003)



O casal franco-germânico Anne Gutman e George Hallensleben, criaram uma série de livros muito simpática e um sucesso entre a meninada em processo de alfabetização, chamada Catástrofes de Gaspar e Lisa. Este volume, Gaspar em Veneza, traz com as confusões do cachorrinho ao passear com sua família pela cidade flutuante.

Assim como toda criança se mete em situações difícies, aqui, nesta história, não é diferente: Gaspar se perde de seus pais ao resolver dar “uma voltinha” de caiaque por Veneza e o detalhe, sem avisar a ninguém! Essas coisas são a cara das aprontações dos peraltas que basta os pais piscarem os olhos e se perdem por aí, nos parques, shoppings, praia, supermercados. A leitura traz um assunto interessante para propiciar conversas com nossos “filhotes” sobre como algumas aventuras pode ser perigosas, que devem perguntar antes de fazer algo para evitar que se machuquem, etc. Ou seja, além de entreter e agraciar os olhos, um dos pontos fortes das Catástrofes de Gaspar e Lisa é que sinaliza pelo menos alguma alternativa em como sair de apuros, caso algum dia estejam envolvidos em alguma confusão mais séria.

Acredito que o grande barato deste lindo trabalho de Anne e Georg seja a superação dos desafios que surgem para os protagonistas, a cada livro da coleção. Eles sempre conseguem solucionar algo que, para as crianças pequenas, parecem grandes problemas (e muitas vezes realmente é, como é o caso de uma família perder seu filho em uma cidade desconhecida e sem domínio da língua local, isso é assustador!).

Avaliando o conteúdo técnico/artístico do livro não há como descreditar as ilustrações de Hallensleben, muito bonitas e bem adaptadas aos textos. É o tipo de livro que faz sucesso porque há uma riqueza de detalhes e um conceito estético muito agradável aos olhos de crianças e adultos. Ao que se refere ao editorial, tenho que admitir que seu encadernamento, capa e o tipo de costura das páginas do livro, deram ainda mais charme à obra. Agora, o detalhe que mais gostei, apesar de sutil, é a textura da sobrecapa, porque ao passar a mão, parece que estamos tocando um quadro. É muito bom adquirir um livro que lembra uma obra de arte.

Aqui em casa
Sabrina adora quando leio a história com a voz imitando à do personagem do desenho animado desta série, normalmente uso um leve sotaque francês. Ela ri muito e me chama de Gaspar. Ela se transforma em Lisa (sua melhor amiga), mesmo que esta não apareça na história deste volume. Sabrina age como uma cooparticipante da história, fazendo várias interferências e observações diversas. Tem horas que tenho que falar “e ai, Lisa, posso continuar a história?” E ela responde:"Claro, Gaspar!". Mas, vira e mexe, aparece uma nova observação que me rendem sempre boas risadas. Às vezes ela pede pra pegamos meus guias e mapas de viagem, enquanto leio, ela observa fotos de lugares que quer conhecer, tece mil e um comentários e ainda pede pelo menos mais um livro para ler. "Última história mamãe, eu prometo! Por favor, por favor!".

Reflexões sobre livros que se tornaram animações e animações que acabam se tornando livros.
Gaspar e Lisa estão entre os personagens de desenho animado que minha filha mais gosta. Foi o que a motivou quando avistou um volume da série, na livraria que frequentamos e o que mais me deixou resistente para adquirir. Os personagens da série televisiva e o dos livros são de estilos bem diferentes, apesar de gostar muito do conceito estético do que passa na tevê considero o conceito do livro ainda mais interessante. Por sorte, quando as adaptações seguem o fluxo do mundo das letras para o da televisão nosso coração sofre menos com os sustos. Mas, quando é o inverso, quase todas as adaptações da tevê para o mundo literário infantil são simples reproduções gráficas impresas, sendo nada mais do que o desenho animado em papel couchê, detendo diálogos minimistas e empobrecidos.

Um amigo recentemente me disse que tem certa resistência em comprar livros para as filhas que deram origem à desenhos. Minha resistência já é maior quando o processo é inverso. Temos que ficar atentos mesmo. Tento ser flexível porque quase toda obra literária bacana acaba virando filme, cd, peça teatral, animação. Tento ver um lado positivo, porque adquirir livros com personagens que já conquistaram cadeira cativa na imaginação de nossos filhos pode ser um atrativo ao universo das palavras, mas é preciso  utilizar esse atributo de sedução dos pequenos leitores com parcimônia.

Vale ressaltar que devemos estar atentos com o acervo pessoal das crianças, para que não seja pura e exclusivamente uma extensão das demandas comerciais das mídias de massa. É preciso analisar o conteúdo, a temática e as mensagens diretas e sutis que a obra nos passa. Porque toda bruxa tem que ser má? porque gente má tem que ser feio, com feições de louco, infeliz, mal amado ou invejoso? Por que toda princesa tem que ser bonita? Porque também tem que ser branca, magra e com olhos claros? Porque o final feliz depende de duas pessoas se apaixonarem e casarem? Porque o príncipe tem que ser rico? Porque a madrasta é quase sempre má ou péssima conselheira? É preciso desenvolver a criticidade das nossas crias, de forma leve, gradativa, mas trabalhando essas questões sempre. Para conferir boas dicas de leitura, aconselho uma visita frequente ao site da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ, onde encontramos títulos maravilhosos e altamente recomendáveis: http://www.fnlij.org.br/principal.asp.









quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cocô de Passarinho (Eva Furnari,2003)



Este livro se resume às tomadas de decisão de um grupo de moradores de uma cidadezinha (bastante entediantes, por sinal) que resolvem solucionar um problema comum: o bombardeio de cocô de passarinho sobre suas cabeças todas as tardes, na praça onde se reuniam. A chegada na cidade de um vendedor de flores e sementes associada à solução dos personagens acarreta em uma sequência de fatos divertidos. E, em suma é uma convite a sairmos da mesmice e encararmos os problemas, refletirmos sobre situações diversas e aproveitarmos melhor a vida coletiva e a beleza que a natureza nos oferece.

Um livro que estimula o respeito e amor aos animais e a vida social, e um grande presente desta autora e ilustradora italo-brasileira maravilhosa, que nos presenteia com tantas obras incríveis.  

Aqui em Casa

Sabrina se diverte muito interagindo principalmente com as ilustrações dos passarinhos e contracenando os diálogos dos personagens. Quando se depara com o pássaro que usa chapéu colorido ela sempre diz: "este aqui sou eu, mainha" e me dá o direito a escolher qual deles desejo ser.  Ela interage  de diversas formas, e a depender do dia também aproveita para fazer contagem numérica dos personagens e elementos do texto. Um exercício interminável para as crianças pequenas.

O esquema de cores escolhidos por Eva é muito envolvente, e o texto em forma de diálogos me permite fazer vozes diferentes para cada personagem quando conto. Mas, em minha opinião, o melhor da festa é quando ela faz a leitura das imagens (ainda não domina o código escrito) e improvisa diálogos com aquela voz fofinha de criança. Nossa, como adoro! Acho que me divirto até mais do que ela. Normalmente, o efeito ao ler um livro da Eva é este: os adultos resgatam suas meninices, e as crianças as aproveitam ao máximo, curtindo juntos as aventuras de seus encantadores protagonistas.

Deixo disponível aqui algumas imagens desta obra linda, altamente recomentada pela FNLIJ - Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil para que possam conferir um pouquinho. E um link para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a autora.














Para visualizar o vídeo sobre Eva Furnari:
Clique Aqui!


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Charlie e Lola - Eu não quero dormir agora (Lauren Child, 2009)






Há livros que encantam as crianças, mas há aqueles que talvez encantem ainda mais os adultos. Acho que os personagens de Lauren Child ocasionam isso. Suas histórias acabam deixando os pais mais fascinados do que os próprios filhos. São tão maravilhosas que deram origem a lindíssima série de desenhos Charlie e Lola, que é transmitida atualmente pela Cultura. Suas ilustrações de canetinha e recortes estampados tem um estilo de ilustração que lembra os típicos desenhos de crianças na faixa de 06 a 09 anos. Tanto as ilustrações quanto história e editorial são um primor. Acredito que o capricho da obra garante a combinação perfeita para meninada desenvolver o prazer na leitura. 

Os livros da série são garantia de sucesso na hora de um presente. Falo isso com propriedade, porque quando meus pais deram este de natal pra minha filha, ela adorou.  Enfim, trazem histórias engraçadas do cotidiano infantil e divagações da inventiva Lola. Esta protagonista muito sapeca tem tantas aventuras que deixam qualquer um cansado. Ela, apronta muito com a melhor amiga Lota, o amigo invisível Soren, seu cachorrinho, brinquedos e principalmente com o irmão: o Charlie, que é praticamente um anjo! Ele se diverte demais com as viagem oníricas da mana e se cansa também, porque ela não é fácil!


Sobre as especificidades da obra, gosto de lembrar que tem duas versões: a  normal e o livro-brinquedo. Até hoje, mesmo totalmente depenado, com metade dos pop-ups destruídos, ainda é um livro que Sabrina manuseia demais. Ela ganhou 2 dias depois de completar 02 anos e, mesmo assim, o livro ainda tem boa parte de sua estrutura intacta. Ela destruiu muito da engenharia de papel quando conseguiu driblar os adultos da casa e pegou o livro sem monitoramento quando era bem pequena. Mas afirmo, não nos arrependemos de passar por isso, porque livro pra criança tem que ser usado mesmo, nem que seja desajeitadamente. Nós, pais, temos a mania de querer que a criança tenha o mesmo trato com livros que o nosso, mesmo tão pequenas. Não dá! 

Criança rabisca o livro e diz pra gente resmungando: mas mãe... eu também queria escrever a história! Desenha uma bonequinha a mais na página e diz: olha eu aqui também!!!! Entendam: a criança está descobrindo ainda como usar essa ferramenta mágica que o guia por um mundo de fantasia. Ele corta com tesoura um desenho do livro porque achou maravilhoso, porque curtiu demais. Dar um livro pode ocasionar essas surpresas de vez em quando. E digo, é normal. Rasgou a página? Dá um durex e fala: agora conserta. A criança vai consertar ao modo dela e vai achar incrível, voltou ao que era (mesmo se for de cabeça pra baixo!). E vai continuar amando aquele livro remendado, ou ainda mais, porque ele tem sua marca, seu carinho, seu cuidado(depois da ausência de cuidado). Enfim, este livro de Charlie e Lola que vocês visualizam no blogestá assim, cheio de curativos! Mas não é esquecido nunca. É acionado pelo menos umas duas vezes por semana. 

O próximo da coleção que comprarmos provavelmente será com pop-up de novo. Sei que durabilidade é menor, com um final provavelmente, mas a felicidade de minha filha com a magia por trás de tudo não tem preço. Inclusive acho bom ressaltar que o sucesso desse livro brinquedo também se deu pela genialidade de Corina Fletcher responsável por esse projeto de papel incrível. 

Abaixo seguem a página original da autora, da série Charlie e Lola e um link  com o desenho animado da série para aqueles que ainda não conhecem os personagens.

Site Oficial de Lauren Child Clique aqui!

Site Oficial do Charlie e da Lola Clique aqui!

Um episódio do desenho





sábado, 7 de abril de 2012

Olivia (Ian Falconer, 2001)



Há livros que transformam a nossa vida. Que iluminam nossos dias. Olivia é um livro desses. Ele ilumina o dia de uma criança. Sabrina adora! Ela descobriu a personagem através do desenho que passava no Canal Disney Júnior e de lá para cá, virou fã da porquinha mais charmosa e simpática que alguém possa imaginar. 

Olivia é uma porquinha muito elegante. Adora vestidos longos, ópera (é uma fã incondicional da cantora Maria Callas) e seu quadro favorito é As Bailarinas de Degas. Se alguém pensa que termina por aí as loucuras, nem pense. É daquelas que mata os pais de cansaço. Detesta tirar a soneca da tarde e botá-la para dormir é sempre um exercício de paciência. 

Ela tem um irmãozinho Ian, e juntos aprontam muitas travessuras. Posteriormente há um outro irmãozinho o bebê porquinho William, mas neste livro ele ainda não tinha surgido. Enfim, diversão garantida, tanto o livro como o desenho são fantásticos. Onde podemos trabalhar não apenas a leitura, mas também realizar várias brincadeiras como as figuras lindas de Falconer. 

Adoro as coisas que ela apronta com o Ian!
Um livro caprichado, que virou uma série de sucesso e uma infinidade de produtos lindos. Temos que nos controlar no sentido consumista da palavra, porque dá vontade de adquirir tudo que vem dessa pimentinha que adora roupas vermelhas e que faz o maior sucesso tanto para meninas quanto para os meninos. 


Link para página oficial de Olivia: Clique aqui

Abaixo deixo disponível algumas imagens do desenho animado da Nick que passa no Disney Jr. para que vejam que graça o tipo de animação. Vale a pena conferir ambos. Quem não se apaixonar, sinceramente, não teve infância.