Este livro, lançado ano passado, certamente é um dos mais legais da nossa coleção doméstica. Ele aborda a amizade entre Deisy, uma garotinha muito fofa e um rinoceronte roxo, gentil e fugitivo além da ausência de desta criança com seus pais.
Rinocerontes não comem panquecas é o segundo trabalho da parceria entre Anna Kemp e Sara Ogilvie, que vêem se destacando com literatura infantil desde o lançamento do divertido Os cachorros não dançam ballet. Anna, a autora, é dramaturga, diretora e professora de
teatro, mas tem direcionado sua energia ultimamente à literatura infantil. Sara Ogilvie, é ilustradora e artista
plástica, conhecida mundialmente pelos seus trabalhos publicitários e exposições de litogravuras.
As reflexões que o livro traz consigo são ainda mais interessantes no
imaginário dos pais, porque a protagonista é o tempo todo ignorada por eles,
que estão sempre muito ocupados para ouvi-la, dar-lhe atenção. Não prestam a
mínima atenção no que a pobre menina tem a dizer. Quando a ouvem, fazem pouco
caso, rindo e não levando a sério o que a mesma lhes falou. Aquela velha
história quando a criança conta algo estranho, os pais simplesmente a desmentem
ou tiram-lhe o crédito. Acham que é fantasia. Convivo com pessoas que se
comportam de forma idêntica ao pais de Daisy.
Quero ressaltar que este livro foi uma indicação de um amigo muito
querido, comentando o quanto a filha dele o adorou e que certamente Sabrina gostaria também. Como temos um gosto muito
próximo ao que diz respeito à estética e abordagem temática, resolvi adquirir
imediatamente a obra e foi um sucesso! Um livro bonito, com uma história bem construída,
com um belo trabalho editorial e ilustrações incríveis.
Para que possam ter idéia do conteúdo textual da obra, segue abaixo partes do
texto. Uma pena que não encontrei a versão digital para vocês
conferirem as incríveis ilustrações deste ótimo livro. Espero que apreciem.
................................................................................
Daisy estava tomando café da manhã quando um rinoceronte grande e roxo
entrou na cozinha, Isso mesmo: um rinoceronte grande e roxo! Ele era grande
como um ônibus e roxo como um repolho. Ele também era esfomeado. Por isso, deu
uma mordida na panqueca de Daisy e foi para o andar de cima.
- Mãe, mãe – chamou Daisy – tem um
...
- Fale com seu pai – disse a mãe – ele pega o bicho e joga pela janela
- Pai, pai – gritou Daisy – é grande, é enorme..
- Ah, Daisy – disse ele – a aranha pode esperar.
- Não é uma aranha, é um rinoceronte grande e roxo !
E os pais de Daisy ficaram ocupados a semana inteira! Então, ela e o
rinoceronte ficaram muito amigos. Sentavam no sofá da sala para conversar,
brincavam, preparavam pizzas, e o rinoceronte fazia cócegas em Daisy até ela
achar que ia explodir de tanto dar risada.
Mas os pais dela não percebiam nada.
Até o dia em que as panquecas acabaram.
- Quem comeu todas as panquecas? – perguntou o pai.
- Foi o rinoceronte – disse Daisy
- RINOCERONTES NÃO COMEM PANQUECAS – gritou o pai.
- Esse come – explicou a menina. – Ele estava na cozinha...
- Um rinoceronte? – disse a mãe
- Na cozinha? – perguntou o pai
E o pai e a mãe de Daisy começaram a rir bem alto.
Na manhã seguinte, os pais de Daisy fizeram uma surpresa. – Vamos ao zoológico – disse a mãe. – Assim você poderá ver um rinoceronte de verdade. Daisy achou a idéia muito boba, pois já havia um rinoceronte perfeitinho sentado no sofá. Mas ela não disse nada, afinal, de que adiantaria. Ninguém prestaria atenção...
E assim, foram ao zoológico, onde Daisy viu girafas, papagaios, tigres,
cobras. Até que sua mãe disse – vamos
para lá, os rinocerontes ficam do outro lado ! E quando chegaram lá, uma
surpresa: uma placa dizendo DESAPARECIDO. RINOCERONTE GRANDE E ROXO. OBSERVAÇÃO: ADORA PANQUECAS!
O rinoceronte fez as malas e depois todos empurraram seu bumbum grande e
roxo para dentro do carro, para levá-lo para o aeroporto.
- Vou sentir sua falta – disse Daisy, enquanto o rinoceronte embarcava.
Então, ele deu um grande abraço roxo nela.
Em casa, sem o amigo, Daisy começou a sentir-se muito sozinha de novo.
Com quem ela conversaria agora? Quem a escutaria? E sentou no sofá olhando para
o lugar vazio que antes era do rinoceronte. Fechou os olhos imaginando seu
amigo naquele lugar do sofá novamente. E... surpresa! Quando abriu os olhos,
seu pai e sua mãe estavam sentados lá, perguntando coisas para ela. Falaram de
quando ela conheceu o rinoceronte, ela falou das panquecas, das pizzas, de como
ele faziam cócegas nela. Aí eles perguntaram da escola, dos outros amigos, do
que mais ela gostava de fazer...
Eles escutaram até que ela já não tinha mais nada a dizer. Foi maravilhoso!
À noite, quando a mãe foi colocar Daisy na cama, perguntou – Tem mais
alguma coisa que você queira me dizer?
Daisy olhou para a porta do quarto... – não, é só isso – disse ela
sorrindo – boa noite!
...
Bem, O final da história da história vocês devem conferir lendo a obra... Tenho certeza que será um sucesso tanto para as crianças quanto aos pais.
Eu sei quem lhe indicou este livro...
ResponderExcluirA arte é muito linda (a primeira coisa qu analiso a comprar um livro é a arte).
Que bom que voce e sabrina gostaram!
Adoro suas indicações. Como te disse, manda sua listinha pra mim, porque todas foram um sucesso aqui em casa! rssss. A arte desse livro realmente é um encanto. Tanto ela quanto Cachorros não dançam Balé. Mas, o que me deixou apaixonada mesmo foi Um dia na vida de Amos McGee.
Excluir