domingo, 1 de abril de 2012

Rinocerontes não comem panquecas (Anna Kemp, Sara Ogilvie, 2011)



Este livro, lançado ano passado, certamente é um dos mais legais da nossa coleção doméstica. Ele aborda a amizade entre Deisy, uma garotinha muito fofa e um rinoceronte roxo, gentil e fugitivo além da ausência de desta criança com seus pais.

Rinocerontes não comem panquecas é o segundo trabalho da parceria entre Anna Kemp e Sara Ogilvie, que vêem se destacando com literatura infantil desde o lançamento do divertido Os cachorros não dançam ballet. Anna, a autora, é dramaturga, diretora e professora de teatro, mas tem direcionado sua energia ultimamente à literatura infantil. Sara Ogilvie,  é   ilustradora e artista plástica, conhecida mundialmente pelos seus trabalhos publicitários e exposições de litogravuras. 

As reflexões que o livro traz consigo são ainda mais interessantes no imaginário dos pais, porque a protagonista é o tempo todo ignorada por eles, que estão sempre muito ocupados para ouvi-la, dar-lhe atenção. Não prestam a mínima atenção no que a pobre menina tem a dizer. Quando a ouvem, fazem pouco caso, rindo e não levando a sério o que a mesma lhes falou. Aquela velha história quando a criança conta algo estranho, os pais simplesmente a desmentem ou tiram-lhe o crédito. Acham que é fantasia. Convivo com pessoas que se comportam de forma idêntica ao pais de Daisy.

Quero ressaltar que este livro foi uma indicação de um amigo muito querido, comentando o quanto a filha dele o adorou e que certamente Sabrina gostaria também. Como temos um gosto muito próximo ao que diz respeito à estética e abordagem temática, resolvi adquirir imediatamente a obra e foi um sucesso! Um livro bonito, com uma história bem construída, com um belo trabalho editorial e ilustrações incríveis.

Para que possam ter idéia do conteúdo textual da obra, segue abaixo partes do texto. Uma pena que não encontrei a versão digital para vocês conferirem as incríveis ilustrações deste ótimo livro. Espero que apreciem.

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Daisy estava tomando café da manhã quando um rinoceronte grande e roxo entrou na cozinha, Isso mesmo: um rinoceronte grande e roxo! Ele era grande como um ônibus e roxo como um repolho. Ele também era esfomeado. Por isso, deu uma mordida na panqueca de Daisy e foi para o andar de cima.
 - Mãe, mãe – chamou Daisy – tem um ...
- Fale com seu pai – disse a mãe – ele pega o bicho e joga pela janela
- Pai, pai – gritou Daisy – é grande, é enorme..
- Ah, Daisy – disse ele – a aranha pode esperar.
- Não é uma aranha, é um rinoceronte grande e roxo !



E os pais de Daisy ficaram ocupados a semana inteira! Então, ela e o rinoceronte ficaram muito amigos. Sentavam no sofá da sala para conversar, brincavam, preparavam pizzas, e o rinoceronte fazia cócegas em Daisy até ela achar que ia explodir de tanto dar risada.  Mas os pais dela não percebiam nada.

Até o dia em que as panquecas acabaram.
- Quem comeu todas as panquecas? – perguntou o pai.
- Foi o rinoceronte – disse Daisy
- RINOCERONTES NÃO COMEM PANQUECAS – gritou o pai.
- Esse come – explicou a menina. – Ele estava na cozinha...
- Um rinoceronte? – disse a mãe
- Na cozinha? – perguntou o pai
E o pai e a mãe de Daisy começaram a rir bem alto.

Na manhã seguinte, os pais de Daisy fizeram uma surpresa. – Vamos ao zoológico – disse a mãe. – Assim você poderá ver um rinoceronte de verdade. Daisy achou a idéia muito boba, pois já havia um rinoceronte perfeitinho sentado no sofá. Mas ela não disse nada, afinal, de que adiantaria. Ninguém prestaria atenção...
E assim, foram ao zoológico, onde Daisy viu girafas, papagaios, tigres, cobras.  Até que sua mãe disse – vamos para lá, os rinocerontes ficam do outro lado ! E quando chegaram lá, uma surpresa: uma placa dizendo DESAPARECIDO. RINOCERONTE GRANDE E ROXO.  OBSERVAÇÃO: ADORA PANQUECAS!



O rinoceronte fez as malas e depois todos empurraram seu bumbum grande e roxo para dentro do carro, para levá-lo para o aeroporto.
- Vou sentir sua falta – disse Daisy, enquanto o rinoceronte embarcava. Então, ele deu um grande abraço roxo nela.

Em casa, sem o amigo, Daisy começou a sentir-se muito sozinha de novo. Com quem ela conversaria agora? Quem a escutaria? E sentou no sofá olhando para o lugar vazio que antes era do rinoceronte. Fechou os olhos imaginando seu amigo naquele lugar do sofá novamente. E... surpresa! Quando abriu os olhos, seu pai e sua mãe estavam sentados lá, perguntando coisas para ela. Falaram de quando ela conheceu o rinoceronte, ela falou das panquecas, das pizzas, de como ele faziam cócegas nela. Aí eles perguntaram da escola, dos outros amigos, do que mais ela gostava de fazer...
Eles escutaram até que ela já não tinha mais nada a dizer. Foi maravilhoso!
À noite, quando a mãe foi colocar Daisy na cama, perguntou – Tem mais alguma coisa que você queira me dizer?  Daisy olhou para a porta do quarto... – não, é só isso – disse ela sorrindo – boa noite!

...

Bem, O final da história da história vocês devem conferir lendo a obra... Tenho certeza que será um sucesso tanto para as crianças quanto aos pais. 





2 comentários:

  1. Eu sei quem lhe indicou este livro...

    A arte é muito linda (a primeira coisa qu analiso a comprar um livro é a arte).

    Que bom que voce e sabrina gostaram!

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    1. Adoro suas indicações. Como te disse, manda sua listinha pra mim, porque todas foram um sucesso aqui em casa! rssss. A arte desse livro realmente é um encanto. Tanto ela quanto Cachorros não dançam Balé. Mas, o que me deixou apaixonada mesmo foi Um dia na vida de Amos McGee.

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